terça-feira, 7 de julho de 2009

O fogo de Persépolis


70 km a nordeste da actual cidade de Shiraz, no Irão, fica a antiga Persépolis. Fundada em 518 a.C. pelo rei persa Dario o Grande (521-486 a.C.), foi depois alargada por Xerxes (486-465 a.C.) e Artaxerxes (465-425 a.C.). Os principais edifícios desta cidade foram construídos num vasto terraço cortado na montanha, no qual foi construída uma parede exterior de 10 metros de largura, com várias torres. A entrada para o complexo fazia-se pela Porta de Todos os Países - na imagem - uma entrada guardada por colossais figuras de touros, alguns deles com cabeça humana.

Dario pretendia que Persépolis mostrasse o esplendor do Império Aqueménida, que durante a sua vida se espraiava desde o rio Indo até ao mar Egeu, no sentido Este-Oeste, e do mar Cáspio até ao Egipto, no sentido Norte-Sul. Num relevo ainda conservado, podemos ver um longo cortejo de embaixadores que se dirigem à cidade para oferecer ao Grande Rei cavalos, camelos, vasos de ouro e de prata, perfumes, finos tecidos, marfim e armas.

Em 330 a.C., quando o jovem Alexandre o Grande chegou a Persépolis, conquistou-a e carregou 5.000 camelos e 20.000 mulas com as riquezas da cidade. Na sequência desta conquista um incêndio deflagrou em Persépolis, dizem alguns por vingança do incêndio da Acrópole de Atenas, aquando das guerras greco-persas. Curiosamente, o incêndio provocado após a invasão de Alexandre permitiu a conservação de um vasto arquivo de tabuínhas de argila escritas em cuneiforme, herança dos Persas que sobreviveu até aos nossos dias. Um raro caso de destruição que preserva. Veremos se a história não está prestes a repetir-se.
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