Excerto do diálogo entre Parménides (recriado por Platão) e Aristóteles (este não o Estagirita), linhas finais do Parménides de Platão (trad. A. Lobo Vilela):
Parménides: "Portanto, se disséssemos, em resumo, que nada existe se o uno não existe, falaríamos com justeza."
Aristóteles: "Com perfeita justeza."
Parménides: "Digamo-lo pois, e acrescentemos que, segundo parece, quer o uno exista, quer não, ele e as outras coisas, relativamente a si mesmos e uns aos outros, são absolutamente tudo e não o são, parecem sê-lo e não o parecem."
Aristóteles: "É perfeitamente exacto".
Em grego clássico:
- οὐκοῦν καὶ συλλήβδην εἰ εἴποιμεν, ἓν εἰ μὴ ἔστιν, οὐδέν ἐστιν, ὀρθῶς ἂν εἴποιμεν·
- παντάπασι μὲν οὖν.- εἰρήσθω τοίνυν τοῦτό τε καὶ ὅτι, ὡς ἔοικεν, ἓν εἴτ᾽ ἔστιν εἴτε μὴ ἔστιν, αὐτό τε καὶ τἆλλα καὶ πρὸς αὑτὰ καὶ πρὸς ἄλληλα πάντα πάντως ἐστί τε καὶ οὐκ ἔστι καὶ φαίνεταί τε καὶ οὐ φαίνεται.
- ἀληθέστατα.
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Nem Parmênides, nem Platão, mas o Parmênides de Platão. Parece, mas não é brincadeira. Com efeito, Platão é um filósofo de apropriações e não de repetições.
ResponderEliminarAgora p/apimentar a discussão sobre o ser e o não-ser, o Tóde Ti poderia apresentar um excerto do Περὶ τοῦ μὴ ὀντος ἢ Περὶ φύσεως, de Górgias.
Abraço!
dp
E porque não? Não era M. Foucault que dizia que os Sofistas tinham sido injustamente proscritos?
ResponderEliminarFica prometido.
Abraço,
JPG
Post Scriptum: agora sobre o Parménides de Platão, isso de querer encontrar Platão por detrás das suas personagens é tarefa difícil e, portanto, gratificante. Mas a resposta revela um grande gosto pelos Diálogos platónicos.
Tudo o que é, deixa de o ser. Tudo esta em mutação, nada se repete ou desaparece, tudo se transforma.
ResponderEliminarAbraço para p JPG.
Nuno Gil