domingo, 17 de junho de 2012

"Descobertas em Espanha as mais antigas pinturas rupestres"

As marcas das mãos pintadas há mais de 37 300 anos
Fotografia © Reuters/ Cortesia de Pedro Saura ao DN

"A gruta de El Castillo, em Espanha, tem a pintura rupestre mais antiga da Europa, com mais de 40 mil anos, citando uma nova investigação, na qual participou o arqueólogo português João Zilhão.

A investigação, com recurso à técnica radio-métrica com urânio e tório, foi efetuada em 50 pinturas paleolíticas de 11 grutas localizadas nas regiões espanholas das Astúrias e Cantábria, incluindo as grutas de Altamira, El Castillo e Tito Bustillo.

Em El Castillo, os peritos detetaram uma gravura que creem ter mais de 40 800 anos. São, por exemplo, marcas de mãos que se julga terem sido feitas por um Neandertal.

Até há bem pouco tempo, a gruta Abri Castanet, em França, reclamava ter a imagem rupestre mais antiga da Europa, com 37 mil anos.

Na descoberta agora divulgada participaram 11 investigadores, incluindo o português João Zilhão, especialista em arqueologia pré-histórica e antigo coordenador do projeto do Parque Arqueológico do Vale do Côa.

O estudo, publicado hoje pela revista Science, concluiu que a prática artística pré-histórica começou na Europa talvez dez mil anos antes do que os cientistas previam e pela mão do homem de Neanderthal, que terá morrido há cerca de 40 mil anos.

Segundo um dos investigadores envolvidos na descoberta, Alistair Pike, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, "os resultados desta datação mostram que os homens modernos terão chegado de África à Europa, com a pintura mural a fazer já parte das suas atividades culturais ou a ser desenvolvida por eles muito rapidamente".

Ainda de acordo com o mesmo especialista, "os vestígios da presença dos homens modernos no norte de Espanha remontam a 4 500 anos, altura em que havia ainda [na região] homens de Neanderthal".

A técnica de datação usada na investigação mede a idade dos sedimentos carbonizados sobre as pinturas, mas não data a camada superior dos pigmentos, para não os estragar.

Por isso, ressalvou o arqueólogo João Zilhão, as pinturas poderão ser "vários milhares de anos mais antigas do que os sedimentos carbonizados que as cobrem"."

Fonte aqui.

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